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Um “Recém-Nascido” que já deu os primeiros passos no cinema

  • Foto do escritor: Nádia Neto
    Nádia Neto
  • 5 de dez. de 2023
  • 2 min de leitura

“Recém-Nascido” é a mais recente curta-metragem de Dinis Leal e Sofia Ferreira. Em primeira cena, os pais de primeira viagem exploram a chegada e o primeiro mês de vida do filho, Xavier. 



Registrar os primeiros momentos dos filhos é uma prática comum dos pais, que acompanha a chegada de um novo membro à família. Além de ser uma forma de preservar as memórias, torna-se num gesto de amor, um ato carregado de emoção. Ao registrar os primeiros sorrisos tímidos, as expressões curiosas, as primeiras descobertas, os pais criam um verdadeiro arquivo.


A filmagem destes momentos torna-se num tesouro, antes guardado em cassetes ou em álbuns fotográficos que ainda encontramos guardados nos armários lá de casa. Com qualquer pai e mãe, Dinis Leal e Sofia Ferreira, quiseram documentar os primeiros momentos de vida do seu primeiro filho, Xavier, mas com a particularidade de chegar ao grande ecrã


O primeiro capítulo de vida de Xavier e da jornada parental de Dinis Leal e Sofia Ferreira já está em cena. Em conversa ao Contemporâneo, confirmam que a motivação inicial foi documentar o primeiro mês de vida do filho, que consideram ser “um sentimento transversal a qualquer família”. A evolução para filme foi uma evolução “orgânica” ou não fosse Dinis, agora pai, realizador. Depois de ‘Snooze’, ‘Cringe’ e ‘A vida dura muito pouco’ e ter ganho um Prémio Sophia, pelo meio, contou com a ajuda de Sofia, que assume, pela primeira vez, o cargo de co-realizadora, para fazer da produção de um filme uma aventura familiar. 


Pode-se dizer que tudo neste filme foi uma experiência nova. “O processo de rodagem foi muito pouco convencional, éramos apenas os três, uma câmara e um microfone”, confessam.


A curta-metragem de 20 minutos é, assim, uma visão íntima e cinematográfica dos dois. Conforme as coisas iam acontecendo, iam filmando, até chegar ao resultado final: um documentário observacional com um tom leve e ligeiramente cómico.

Com a noção de serem país de primeira viagem, a película retrata as situações mais simples, desde como limpar o nariz a um recém-nascido ou usar uma bomba de leite, “retratamos a nossa experiência”, explicam. Mas também trataram de “questões mais profundas sobre a paternidade”, aproveitando ainda a área de formação de Sofia em ciências da educação. 





Ao explorar este tema, através de uma lente, a perceção da paternidade podia mudar, já que os filmes têm muitas vezes esse poder. Mas este país consideram o contrário, “a forma como encaramos a paternidade ou maternidade influenciou profundamente o filme”. 


Aliás, admitem que o maior desafio foi “não deixar que o processo de fazer filme se sobrepusesse à experiência de nos estarmos a tornar pais”.


Sobre as reações ao filme, sente que as pessoas que já tiveram filhos se identificam com as situações representadas no filme. Já as que não tiveram ficaram curiosas com o processo, “a puericultura pode ser um mundo fascinante”, admitem. 


Depois da estreia no final de novembro no Festival Caminho do Cinema Português, em Coimbra, passou pelo Ymotion, festival de cinema jovem de Famalicão, a curta-metragem “Recém-Nascido” aguarda para ser mostrada e projetada em grandes dimensões noutros eventos de cinema. Agora, o objetivo é “continuar a documentar a vida dele, como qualquer família”. 

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