Os cinemas portugueses ainda respiram: o Porto lidera nas estatísticas

O Contemporâneo faz uma análise do estado atual do cinema português, comparando os dados de 2022 com a informação de há mais de uma década.

A 15 de janeiro, a ICA (Instituto do Cinema e do Audiovisual) revelou que, em 2023, o número de espetadores nos cinemas aumento 27,8% face ao ano anterior. A receita bruta também aumentou 31,6% face a 2022. A receita bruta de bilheteira de 2023 somou um total de 72,8 milhões de euros.

Os dados analisados pelo Contemporâneo, fornecidos pelo Pordata, base de dados organizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, sobre cinema nos anos 2012 e 2022, também revela que a situação não é má de todo. Ao longo desta década, as estatísticas mostram que apenas 21% dos distritos fecharam recintos na última década. Em contraste, mais da metade dos distritos abriu pelo menos 1 recinto nos últimos dez anos.

O Porto é um dos distritos que mais aumentou o número de recintos de cinema e respetiva lotação das salas. Na última década, abriu 4 recintos e potencializou a sua lotação para mais de 2 mil pessoas. Apesar das suas sessões, desde 2012, terem diminuído, continua a ser um dos distritos com mais sessões no país.

Em 2022, o território do distrito do Porto com mais sessões e maior receita é Matosinhos. Exibe mais de 25 mil sessões por ano e apresenta uma receita de aproximadamente 5 milhões de euros, o que é justificado pela presença de dois do maiores estabelecimentos comerciais do país: NorteShopping e MarShopping.

Um dos motivos pode estar também relacionado com o facto do MarShopping ter a única sala de IMAX a norte do país.

No mesmo ano, o segundo território com mais sessões e receita é Vila Nova de Gaia – mais de 44 mil sessões e receita de mais de 3 milhões de euros.

No entanto, cabe destacar que o número de sessões e as receitas diminuíram neste mesmo período. Desde 2012, 68% dos distritos diminuíram o número de sessões. Além disso, as receitas aumentaram apenas em 16% dos distritos.

A recuperação do cinema está longe de atingir os valores pré-pandemia, ainda não há garantias absolutas de melhoria a longo prazo. A ICA estima que os valores atingidos no 2023 são equivalentes às estatísticas de 2013 e 2014. O futuro do cinema será definido nos próximos anos e dependerá do aumento contínuo das receitas e de espetadores.

A recuperação do cinema está longe de atingir os valores pré-pandemia, ainda não há garantias absolutas de melhoria a longo prazo. A ICA estima que os valores atingidos no 2023 são equivalentes às estatísticas de 2013 e 2014. O futuro do cinema será definido nos próximos anos e dependerá do aumento contínuo das receitas e de espetadores.