[Opinião] Duas Guerras, Duas Medidas
- Duarte Viana

- 10 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de jan. de 2024
Em apenas dois anos conseguiu-se, com alguns entraves, sobre todo e constante negacionismo de envergadura quase terraplanistas, deixar o chapéu cair, a máscara desvendar-se.
Nada nos parece mais certamente incerto: dois pesos duas medidas. Melhor diríamos, duas guerras duas medidas.
Em fevereiro de 2022, aqueles que proclamaram em pulmões cheios a urgência interventora da Europa e da NATO naquilo que , não se sabia bem mas forçosamente o foi. A defesa da civilização ocidental perante o jugo russo, soviético? Parece que sim! As conclusões foram precocemente tiradas de uma história breve, um prognóstico foi tirado a limpo e o ocidente ativou uma máquina solidária nunca antes vista para o triunfo ucraniano (e ainda bem). Não quererei com isto entrar no negacionismo que tento aqui (re)provar.
A Ucrânia, estado soberano, merece o incondicional apoio europeu, nas suas legais atribuições, enquanto agente de cumprimento do Direito Internacional e, de qualquer forma, condenar a invasão. A questão não se prende com russos, tampouco ucranianos, assunto dos quais a comunicação social talvez já tenha esgotado as páginas escritas e reescritas. Neste 7 de outubro, um grupo de milicianos armados, sobre a orientação do Hamas invadiu território Israelita (originalmente palestiniano pela solução dos dois Estados de 1948). Sem se fazer esperar, ainda que expectável, pelas constatações dos registos históricos assistimos complacentes a um acontecimento que não haveremos de esquecer. Em menos de 4 meses, mais palestinianos morreram num ataque selvagem, ilegal, genocida sem o mais mínimo pronunciamento.
Aplaudiu-se veemente a atuação israelita. Sobre os escombros ensanguentados de Gaza o ocidente não julgou qualquer inflexão da ordem internacional, assentiu contra todas as determinações, morais e legais,o massacre de civis inocentes sem nenhum tipo de descriminação (ou criação de corredores humanitários) É nisto que reside o mote: duas guerras, duas medidas. Expondo as determinações raciais, esta superioridade pérfida que por hábito celebramos, a Europa, como escreveu Aimé Césaire, é indefensável.
Temos uma Europa responsável, em primeira mão pela cumplicidade genocida com o sionismo, por outro, pela determinação do que são as vidas que contam no final do dia. As palestinianas certamente não o serão.

















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