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Marta Silva: “A partir das cartas é possível descortinar muito do país que fomos e de certa forma ainda somos”

  • Foto do escritor: Nádia Neto
    Nádia Neto
  • 10 de jan. de 2024
  • 12 min de leitura

Atualizado: 17 de jan. de 2024

Filha orgulhosa da liberdade, Marta Martins Silva, de 38 anos, é jornalista e está a tirar mestrado em História Moderna e Contemporânea. Em entrevista à revista ACTUAL, falou do seu primeiro livro “Madrinhas de Guerra”.


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Jornalista Marta Martins Silva

Como surgiu a ideia de escrever um livro sobre Madrinhas de Guerra?


Trabalho há 17 anos na revista Domingo do Jornal Correio da Manhã e foi o facto de trabalhar nesta revista, que há 15 anos tem uma rubrica em que ouve e dá voz a antigos combatentes da guerra colonial, na primeira pessoa, que me fez aproximar do tema da guerra colonial. Porque foram muitos anos a ouvir as histórias destas pessoas e percebi que me interessavam muito, percebi que estas pessoas estiveram muitos anos caladas, guardando dentro de si histórias e percebi que era preciso falar mais delas. A ideia de escrever um livro sobre Madrinhas de Guerra não foi uma ideia minha, foi um convite da minha editora da altura, Desassossego, que pertence à Saída de Emergência, porque tinham lido um trabalho meu sobre os primeiros soldados a embarcar para Angola, em 1961. Um texto de tema capa que fiz para a revista Sábado e convidaram-me para escrever este livro, em ótima hora, porque de facto havia muito para explorar nas Madrinhas de Guerra. Não é um tema de que se soubesse muito, que se falasse muito. De facto, os combates já tinham falado, mas nunca tínhamos aprofundado. Portanto, a ideia de escrever um livro surge de um convite muito especial. Foi o meu primeiro livro.  


O que a motivou? Existe alguma história pessoal ou conexão especial com o assunto?


Não tenho nenhuma história pessoal, não tenho nenhuma conexão especial com este tema. Não tinha conhecido ninguém da minha família que tivesse ido à guerra colonial. Portanto, foi um tema que me chegou, que foi se aproximando de mim pelo trabalho. Depois, sim o meu último livro “Retornados” é que já é uma homenagem aos meus avós. Eles que viveram em África, durante um período das suas vidas. E houve aqui esse gatilho emocional neste último livro e não no primeiro. No primeiro foi uma ligação profissional que despertou um interesse em mim de saber mais. E que hoje faz parte da minha vida, é mais do que um trabalho. É como se tivesse descoberto aquilo que me faz sentido contar, quero e espero continuar a contar. São aquelas histórias que não são tão conhecidas dentro da história global e dar voz a estes pequenos protagonistas da história, mas que foram eles que a fizeram.  

 

Já conhecia alguma história antes de começar a escrever o livro?


Eu já conhecia algumas histórias antes de começar a escrever o livro, mas foi ao pesquisar para escrever que descobri todo este mundo, ligado às madrinhas de guerra, que nem fazia ideia que isto tinha sido tão impactante, estamos a falar dos anos 60 e 70 do século passado. 

 

Como foi o processo de pesquisa e recolha das histórias?


 O processo de pesquisa das histórias passou muito pelas redes sociais, por grupos de antigos combatentes, em que eu andei à procura de pessoas que foram madrinhas de guerra ou afilhados de guerra. Também me socorri de alguns contactos de antigos combatentes que tinham ficado, por causa destas histórias que conto no Domingo todas as semanas. Mas as redes sociais foram de facto uma ajuda e os blogs em que se partilhavam estas histórias. E, depois, foi o processo que qualquer jornalista faz, mas a dimensão foi diferente. O que fazia era contactar as pessoas, explicar aquilo que eu queria e o que eu queria era ouvir as histórias delas, era perceber, no caso das madrinhas, porque o tinham sido. No caso dos afilhados, qual tinha sido a importância das madrinhas durante a vida deles na guerra colonial, durante as comissões que eles faziam, habitualmente, de dois anos. 


Sentava e deixava as pessoas falarem?


Eu fui ter com estas pessoas, andei de norte a sul dos país. Sentava-me e deixava as pessoas falarem. As pessoas vinham com os seus pequenos, grandes e enormes tesouros na mão, que eram caixas, baús, sacos de pano, onde tinham guardados as suas cartas, os seus aerogramas daquele tempo, que tinham trocado. E muitas destas pessoas, de um modo geral, quando terminou a guerra ou anos mais tarde, acabaram por destruir toda a ligação que tinham naquele tempo e as cartas e os registos foram, muitas vezes, deitados fora, alguns até queimados. Porque a ideia era queimar a guerra, era queimar aquilo que não tinha sido positivo, era esquecer o passado e deixá-lo lá bem escondido. E não ter objetos, não ter testemunhos físicos, era uma forma, achavam as pessoas, de o fazer. Mas a mente humana, não funciona assim, a mente guarda estas recordações. Aquilo que me apercebi, com estes homens, é que chega a uma altura da vida, talvez mais na reforma, quando deixam de ter uma vida ativa, já criaram os filhos, quando tem mais tempo, voltam os sonhos, voltam as recordações deste tempo e é preciso libertar. É preciso contar aquilo que viveram e as pessoas estão extremamente disponíveis para o fazer, porque elas precisam de contar, de partilhar aquilo que viveram. O processo era sentar, deixar as pessoas falar, deixar as pessoas recuar aquele tempo, deixá-las mergulhar nas próprias memórias. Havia pessoas que não pegavam nestes tesouros há muitos, muitos anos. De repente, há uma própria viagem que acontece à minha frente, em que as pessoas regressam ao passado e eu sou espectadora deste regresso. Foi uma partilha muito emotiva, para mim também, além de me sentir a espreitar pelo buraco da fechadura de cada vez que me deixavam ler estas cartas. 


Também passei por uma fase de recolha de informação nos jornais antigos, em livros de história.


Descobri uma coisa muito engraçada, descobri um livro na biblioteca nacional de militar português que esteve nas trincheiras da primeira Guerra Mundial e que já tinha a sua Madrinha de Guerra. Isto não foi uma invenção da guerra colonial, as Madrinhas de Guerra já existiam na Primeira Guerra Mundial.

É bastante interessante se imaginarmos o tipo de guerra, era uma guerra de trincheiras, uma guerra escura. Imaginar os soldados a escrever às madrinhas nestas condições. Se já é difícil imaginar na guerra colonial, nos anos 60/70, imaginar na primeira guerra mundial ainda é mais curioso. 

 

De quantas histórias fala o livro?


O fio condutor do livro é mesmo a história de Portugal, que se vai entrelaçando com estas histórias das pessoas. Aquilo que deixei para o fim, o último capítulo, que é o amor em tempo de guerra, que são dez histórias de afilhados e madrinhas de guerra que se casaram, que se apaixonaram por carta e acabaram por se casar quando a guerra terminou. Mas ao longo do livro, tenho muitas outras histórias de afilhados e madrinhas que ficaram amigos, de afilhados que deixaram de escrever às madrinhas, por causa das namoradas, e afilhados que deixaram de escrever às madrinhas porque tiveram um acidente na guerra e acharam que as madrinhas não iam querer mais corresponder-se com eles. Afilhados que também tinham tantas madrinhas, na altura, foram escolhendo aquelas com quem mais se identificavam. Portanto, há muitos salpicos de histórias, ao longo de todo o livro. 

 

Qual é a história pela qual tem maior carinho? Ou considera mais inspiradora?


É sempre muito difícil escolher uma história, principalmente quando partilhamos várias e há um certo grau de confiança e de intimidade. Destaco, por um lado, a história da Gertrudes e do António Messias. A correspondência deles era deliciosa, eles começaram por ser madrinha e afilhado de guerra, porque a tia do António Messias, vai à loja onde a Gertrudes trabalha em Beja, falar-lhe que o sobrinho sofria muito na guerra e pedir-lhe para ela ser madrinha dele. E, portanto, é assim que tudo começa. Eles trocam cartas muito longas e muito deliciosas de ler. 


(Marta Martins Silva lê um excerto de uma carta de Gertrudes e António Messias)



Há aqui uma mudança. Esta carta é um ponto de viragem entre o momento em que eram madrinhas de guerra e afilhado e o momento em que o António Messias propõem a Gertrudes que sejam um bocadinho mais, que passem a namorados. Todos os casais que se foram aproximando por carta, há um ponto de viragem, há uma carta, em que um deles normalmente é o homem. Também temos de contextualizar à luz da época em que estavam dava este passo de tentar dar o namoro, de perceber se havia esse interesse. Este casal era muito engraçado como já disse e ainda bem que desta forma a guerra os juntou. 


Uma história completamente diferente é a história do Vitor, que descobriu que a noiva se corresponde com outros homens, a quem também faz promessas de futuro, por carta. E isto ele descobre de uma maneira muito curiosa. Há um dia em que a pessoa que costuma distribuir o correio não está e é o Vítor que vai distribuir o correio aos camaradas. E a noiva dele tinha uma particularidade: ela escrevia os aerogramas e as cartas com tinta verde e fazia umas flores no papel. E ele ao mexer nas cartas para distribuir aos camaradas, ele descobre que há cartas que não são para ele, mas que tem a mesma tinta verde e estas mesmas flores. Portanto, há aqui cartas de amor, mas também há histórias de desamor, de desilusão, também de amizade.


Há outra história que tem me emocionado com a história da Maria do Céu e do Fernando, foram madrinha e afilhado de guerra, também de uma situação que se torna perto de um namoro. Na altura em que ele regressa de ultramar, eles vão tentar-se encontrar, não são da mesma localidade, mas há umas cheias e depois a vida acaba por meter-se pelo meio, é preciso perceber que não havia telemóveis, não havia e-mails. As coisas eram muito diferentes, a comunicação era mais difícil. O Fernando acaba por namorar com outra pessoa, mais próxima da sua terra, acaba por casar. A Maria do Céu nunca casou, viveu sempre muito dedicada à comunidade, o Fernando nunca mais se aproximou dela. Mas de certa forma soube sempre por onde é que ela andava, a esposa dele adoece e ele cuida dela até à sua morte e, na altura, em que a esposa morre, o Fernando decide procurar a Maria do Céu, com uma fotografia antiga dela na carteira, que ela tinha precisamente enviado para ele quando ele estava na guerra e diz-lhe que nunca a esqueceu e que não a tinha procurado por respeito à esposa com quem casou. Mas o que é certo, é que com algumas peripécias pelo meio, o Fernando e a Maria do Céu acabaram por se casar cinquenta anos depois de se terem conhecido, de serem madrinha e afilhado. Esta história é absolutamente comovente, mas ainda porque quando procurei os protagonistas desta história, descobri que a Maria do Céu já não estava viva, descobri o Fernando que me disse que a Maria Céu, o grande amor com quem sonhou toda a vida, acabou por viver apenas um ano depois do casamento deles, mas que foi um ano de imensa felicidade.

 

Pode explicar qual era o papel das madrinhas de guerra e como elas contribuíram para o esforço de guerra? Há alguma história específica que destaque a importância desse papel?

 

A ideia das madrinhas de guerra, desta figura, que foi impulsionada, no caso da guerra colonial, pelo Movimento Nacional Feminino, afeta o Governo, não é? Era pôr as mulheres do país a contribuir para o esforço de guerra, era mobilizar desta forma, era fazer com que toda a sociedade se empenhasse na guerra, não acha-se que a guerra era só uma coisa dos homens e fazer com que ao se empenharam na guerra, as mulheres também valorizassem, isso era importante para o Governo de Salazar, porque precisava de apoio neste sentido, não podia ter uma sociedade contra a guerra colonial. Portanto, esta figura das madrinhas de guerra é envolver as mulheres no espírito de sacríficio. É fazer com que elas sintam que elas estão a ajudar, que o papel delas é importante. Independentemente, desta figura ter sido incentivada, divulgada e trabalhada pelo Movimento Nacional Feminino foi importantíssimo. Porque, para estes homens, as cartas destas mulheres, que tantas vezes eles não conheciam, eram um bálsamo.


Eu tenho um caso no meu livro de um homem, o Manuel, que disse que se sentia mais seguro com a carta da madrinha de guerra no bolso do que com a própria G3, a arma que disparava. E só por esta frase se vê a importância das cartas. 

E porquê que as cartas das madrinhas eram mais importantes do que as cartas da família e das mães?


As cartas da família eram mais chorosas, eram cartas em que eles não se sentiam livres para partilhar o que realmente sentiam, porque não queriam preocupar quem estava aqui. Com as madrinhas, eles sentiam-se mais livres para o fazer, porque eles não as conheciam. O conhecimento era travado por carta e depois as próprias madrinhas escreviam de uma maneira diferente, as madrinhas tinham como função distraí-los. Então, a escrita e partilha era mais leve, contava os bailes a que tinham ido, o jantar que tinham feito, aqueles episódios com o pai e com a mãe, as discussões com os irmãos, as férias na praia, o livro que estavam a ler, enfim. Eram conversas mais normais e eles sentiam-se mais normais. No fundo estas cartas, permitiam a estes rapazes, porque eles eram jovens rapazes, é preciso não esquecer, sentirem-se próximos daquilo que eles tinham sido, antes de ir para a guerra. Porque, enquanto eles liam as aventuras e desventuras das madrinhas, eles sentiam-se um bocadinho outra vez na metrópole, sem preocupações que eram antes de embarcar. Portanto, este papel das madrinhas de guerra foi fundamental. 


As madrinhas de guerra desempenharam diferentes papéis? Sabe explicar quais?


 O papel era manter os homens motivados na guerra, dizer-lhes estamos aqui, estamos a apoiar-vos, vocês são uns heróis. A ideia do Movimento Nacional Feminino era que o discurso fosse este.  Muitas madrinhas, também, incentivadas enviavam encomendas, enviavam tabaco, discos, jornais e revistas. Portanto, há esta amizade e companheirismo, e depois há aquilo que já falamos, que é o amor acabou por surgir entre estes casais. Mas ideia não era esta ideia amorosa, era, de facto, que as mulheres, e por isso pediam mulheres patriotas, que vissem estes homens como heróis, que acreditassem no esforço de guerra, precisamente para os moralizar e que não se deixassem cair em desânimo, porque um soldado desmoralizado é uma guerra perdida.  


Ao escrever sobre um tema sensível como a guerra, quais foram os desafios que você enfrentou na narrativa e na representação das experiências das madrinhas?


Eu não tratei este tema de uma forma bélica, tratei de uma forma emocional, o que não o torna mais fácil. Eu acho que o desafio foi sobretudo saber até onde podia ir, que cartas é que podia partilhar. Porque há coisas muito íntimas. E, muitas vezes, quando lia essas cartas, quando me eram confiadas, eu perguntava às pessoas, se estavam preparadas para divulgar e tentávamos arranjar um ponto de conforto. O desafio foi saber ouvi-las, empatizar com aquilo que passaram naquele tempo e encontrar o equilíbrio entre o que contar e não contar.


Como as ações das madrinhas de guerra influenciaram a sociedade da época e qual foi o impacto a longo prazo dessas mulheres?


De uma forma geral, todas as mulheres que escreviam para os soldados, os militares que estavam na guerra, se sentiam muito satisfeitas por o fazer. Sobretudo, numa fase inicial que todo o país está mobilizado para o que está acontecer. Como as pessoas percebiam pouco de política, não lhes era dada a conhecer, viviam numa ditadura, as pessoas acreditavam que a guerra estava certa. Se era assim que tinha de ser, que se fizesse bem e as mulheres sentiam-se a participar neste esforço de guerra, através da correspondência. Eu não sei se estas ações influenciaram estas ações em si, porque eu penso, as mulheres sendo madrinhas de guerra não se alterou e continuaram as suas vidas normalmente. O que elas faziam era corresponder-se com os militares e contar o seu dia a dia e dar-lhes, então, o ânimo que era fundamental. Eu acho que a própria guerra pode ter influenciado um pouco o papel destas mulheres na sociedade, porque muitas mulheres tiveram de ocupar os lugares inicialmente ocupados pelos homens. Tanto que há uma mudança, nos meados dos anos 70, em que as mulheres começam a ocupar os lugares, antes ocupados pelos homens e já não voltam para casa que era onde elas estavam, quando eles regressam. Portanto, há aqui uma abertura às mulheres na sociedade que a guerra talvez tenha provocado, podemos tentar ler por aí. 


Havia várias maneiras de se conseguir madrinhas de guerra, havia anúncios nas revistas da época, havia sempre aquela estratégia das irmãs, das primas, das amigas, dos camaradas de guerra. E depois havia uma fórmula que é a minha preferida que é confiar no carteiro como cupido para que isto resultasse. O Mário, que vive em Casia, escrevia nos aerogramas: “Senhor Carteiro entregue este aerograma à jovem mais bonita que encontrar” e foi assim que o primeiro aerograma chegou às mãos da Rosinha, acabaram por ter dois filhos, estão casados há mais de cinquenta anos e foi mais uma história de amor em tempos de guerra. 

 

Quais foram os principais desafios enfrentados pelas madrinhas de guerra e que sacrifícios fizeram em prol do apoio aos soldados?


Talvez mais desafios emocionais, porque havia madrinhas de guerra que acabavam por criar alguma expectativa amorosa em relação aos militares com quem escreviam, pelo menos da experiência que eu tive no livro. E depois muitas vezes isto não se concretizava ou porque eles tinham várias madrinhas e acabavam por optar por outra ou as já estavam bem encaminhadas, mas quando eles regressavam à terra deles, elas moravam longe e as coisas não se proporcionavam. E, talvez, algumas tenham se sentido enganadas e usadas por eles. De uma forma geral, as mulheres que foram madrinhas de guerra foram esquecidas, deixou-se de falar disto. As cartas foram arrumadas na gaveta, queimadas ou deitadas fora e isto não teve uma continuidade, a não ser para os casais que se casaram. Mas eu acho que as madrinhas se sentem, ainda hoje, pelo menos as pessoas com quem falei, contentes e com um certo orgulho por terem ajudado estes homens numa altura que precisavam deste amparo.  


Considera que o seu objetivo é manter vivas estas histórias? E dar a conhecer mais sobre o período da guerra colonial?


O meu objetivo é de facto manter vivas estas histórias, é dar voz aos protagonistas da história que não tem alta patente, que não ficaram nos livros de história, mas que tem histórias para contar e estas histórias são muito importantes para a nossa história. E dar a conhecer mais sobre o período da guerra colonial que é um período que começou a ser mais falado nos últimos anos, mas que ainda tem muitas coisas para falar, ainda é preciso ouvir pessoas, ainda há muitos homens que não conseguem verbalizar aquilo que passaram, ainda há muitas pessoas a sofrerem em silêncio sobre o que viveram na guerra colonial. 


A partir das cartas é possível descortinar muito do país que fomos e de certa forma ainda somos. E ouvir estas histórias é completar a história. A história não são só as armas que foram utilizadas, os carros que ficaram danificados, as bombas que rebentaram, a história é também a forma como cada pessoa viveu. 



Saiba mais sobre a década de 70, no ACTUAL.

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janeiro 2024

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