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[Editorial] A Língua Mirandesa, como eco Contemporâneo das nossas origens, não pode ser deixada de lado

  • Foto do escritor: Contemporâneo Jornal
    Contemporâneo Jornal
  • 10 de jan. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 17 de jan. de 2024

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Nos tempos que correm, onde o ritmo frenético da sociedade moderna invade as nossas vidas e os nossos tempos, é imperativo olhar para o passado para compreender, verdadeiramente, o presente. Esta língua ecoa não apenas em palavras, mas numa narrativa viva da história de muitos portugueses. Embora muitas vezes negligenciada e vista como um “português mal falado”, a língua mirandesa é um tesouro esquecido e uma herança cultural.


O compromisso deste jornal com a contemporaneidade, levou-nos a destacar esta língua única no mundo. O desejo pela captura do pulso da nossa era, leva-nos ao reconhecimento da língua Mirandesa com uma peça essencial daquilo que somos, isto é, um resultado da herança cultural, sem importar de onde somos.


Portanto, este jornal acredita, profundamente, que é imperativo cuidar a língua mirandesa, inserida na cultura do planalto transmontano. Ninguém, nem sequer o governo, deve dar-se o privilégio de olhar para outro lado enquanto uma riqueza cultural abundante, que deu forma e mantém vivo o coração de uma região, agoniza por falta de reconhecimento e recursos.


O Contemporâneo defende que a língua mirandesa deve ser partilhada com o mundo. No entanto, para isso, precisa de ajuda. Não podem ser só os mirandeses a cuidá-la. O título de segunda língua oficial em Portugal não pode ser apenas uma formalidade. Já muito esforço tem sido feito pelo mirandês e pela cultura mirandesa, mas é preciso fazer mais. 


Portanto, nesta edição, decidimos ser parte deste diálogo contemporâneo, explorando e destacando as riquezas etimológicas da língua mirandesa, uma herança que é uma ponte entre o que fomos e o que somos. O contemporâneo não é apenas sobre o resgate do passado, é também sobre a construção de um futuro que respeite e valorize as nossas raízes. 


O jornalismo, como mediador entre o ontem e o hoje, desempenha um papel crucial nesta narrativa. A informação de qualidade é um pilar da democracia e os jornalistas devem aspirar a ser os guardiões dessa verdade. A rapidez do ciclo noticioso muitas vezes coloca em risco a profundidade e a precisão da informação. A pressão pelo "instantâneo" não pode comprometer a essência do jornalismo, que é, antes de tudo, um serviço público. 


Dar voz às nossas origens é uma chamada à ação. Celebrar a língua mirandesa e preservar as tradições são passos essenciais para construir um futuro autêntico. Este é o nosso compromisso, não apenas como detentores de um património linguístico, mas como participantes ativos na construção de um futuro que honra o passado.


Ao abraçarmos as nossas raízes, não estamos a olhar para trás com nostalgia, mas a plantar as sementes para um amanhã mais robusto. Que o eco das nossas origens continue a ressoar, inspirando-nos a construir um presente consciente e um futuro que celebre a riqueza da nossa herança.


Leia aqui a grande reportagem "La lhéngua que ye l coraçon dua cultura"





Grande Reportagem

La lhéngua que ye l coraçon dua cultura 

por Lara Castro, Natalia Vásquez e Nádia Neto, em Miranda do Douro
janeiro 2024

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